Qual é o papel que a blockchain desempenha nos ciberataques e na cibersegurança?
A maioria dos decisores das empresas sabe como é que a tecnologia blockchain funciona, mas poucos já a adotaram dentro das suas organizações. Esta é a conclusão do mais recente inquérito feito pela Pulse a 145 gestores seniores de TI de empresas oriundas de três continentes. O inquérito revela que apenas 8% já experienciaram esta tecnologia, em comparação com os 53% que sabem como funciona, mas ainda não usam.
Apenas 9% das empresas afirmam ter implementado completamente soluções baseadas em blockchain no seu core business, enquanto 78% planeiam usar esta tecnologia ocasionalmente. “O uso de blockchain nos negócios ainda tem um longo caminho a percorrer. Na minha opinião, não veremos grandes movimentos até 2024”, afirma o diretor de umas das PME do setor de Bens de Consumo de Movimento Rápido (FMCG, na sigla original) que respondeu ao inquérito.
Relativamente às empresas que ainda não usam blockchain, mas que planeiam adotar a tecnologia, apenas 4 em cada 10 negócios o farão nos próximos 12 meses, enquanto as restantes indicaram não ter um calendário definido ou que é um plano a longo prazo.
Apesar de, em 2016, organizações financeiras e tecnológicas terem investido perto de mil milhões de dólares nesta tecnologia, com a perspetiva de investirem mais nos cinco anos seguintes, a tecnologia blockchain ainda não ganhou tração. Em relação a esta promessa não cumprida, o inquérito mostra que 36% das empresas que já adotaram blockchain acreditam que ainda é “demasiado cedo” para avaliar se está a gerar resultados.
E em termos de cibersegurança, é uma solução segura e economicamente eficiente? De acordo com o C-Suite de uma grande instituição financeira que participou no inquérito: “Depois de anunciarmos que estávamos a aceitar criptomoedas, assistimos a um grande aumento dos ciberataques contra a nossa empresa. Por sorte, temos uma infraestrutura de segurança muito madura. No entanto, penso que negócios mais pequenos, sem uma infraestrutura de segurança sólida, podem abrir portas a grandes problemas.”
Sobre este assunto, o MIT Technology Review referiu que, em 2019, a tecnologia que a priori era 100% segura, estava agora a ser hackeada. Os hackers roubaram cerca de dois mil milhões de dólares em criptomoedas entre 2017 e 2019, enquanto organizações criminosas acederam à rede de troca blockchain e desviaram outros 1.1 mil milhões de dólares no mesmo período de tempo.
Apesar de a adoção da blockchain não ter sido tão generalizada como se esperava, os responsáveis consultados afirmam que a blockchain servirá, principalmente, para a gestão do acesso à rede e a melhoria da eficiência nos processos comerciais (62%), acima de outras utilizações, tais como pagamentos transfronteiriços (40%), localização de ativos (39%), geração de contratos inteligentes (39%), gestão de dados (38%) e ajuda na cadeia de abastecimento (37%). Além disso, 85% acreditam que a tecnologia blockchain acabará por desempenhar um papel crucial no futuro do seu negócio.
A WatchGuard acredita que a blockchain é uma tecnologia muito valiosa em múltiplas indústrias, como a banca, os cuidados de saúde ou o setor público, mas a sua utilização em cibersegurança ainda é limitada. É eficaz para identificar o acesso a endpoints, para saber o que aconteceu e quem o fez, mas ainda há muito para explorar. Soluções que dependem da autenticação multifactorial fortalecem os pontos de acesso das organizações e compensam as deficiências que a blockchain ainda sofre a este respeito.
