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Variantes da COVID-19 e cibercrimes: qual a relação?

Conforme o avanço na vacinação permitiu que um certo retorno à normalidade começasse a ocorrer, descobrimos que a COVID-19 muito provavelmente ainda fará parte das nossas rotinas por um bom tempo. Ela não é mais letal como antes, mas contaminações ainda ocorrem e exigem cuidados especiais.

Como um tema que demanda atenção de todos, e que entrou definitivamente no vocabulário popular, a COVID-19 se tornou também uma perigosa arma dos cibercrimininosos. Como revela a Interpol, apenas nos quatro primeiros meses de 2020, ainda no início da pandemia, foram detectados mais de 900 mil e-mails maliciosos que utilizavam a doença como “isca”.

De forma semelhante, o Google revelou que, em determinando momento da pandemia, chegou a bloquear por dia 18 milhões de conteúdos suspeitos que envolviam de alguma forma a doença.

E o gancho está exatamente no dito retorno à normalidade. Na nossa realidade de hoje, notificações de nossas empresas sobre casos da doença entre colegas, além de avisos sobre instituições de saúde de resultados de testes, se tornaram comuns.  E disfarçados nessas comunicações legítimas estão golpes, que podem coagir a vítima a clicar em um anexo que se revela um malware, ou outro tipo de ataque.

Os testes em específico se mostram um vetor perigoso.  Entre outubro de 2021 e janeiro de 2022, período marcado pelo surgimento da altamente contagiosa variante Ômicron, pesquisadores detectaram um aumento de 521% em ataques envolvendo supostos retornos de resultados de PCRs ou outros testes. A equação é um tanto quanto básica: mais pessoas estão se contaminando e realizando testes, então mais ataques com esse “fundo” se tornarão comuns.

Frente a essa nova problemática envolvendo a COVID-19, cabe a empresas e usuários saberem seus deveres. Além da importância da implementação de boas soluções de cibersegurança (em especial as que contemplem esquemas de trabalho híbrido, a realidade em caso de funcionários contaminados), é fundamental o conhecimento e preparo em técnicas de engenharia social. Você pode estar esperando o resultado de seu teste de COVID, mas a cautela ainda assim é necessária ao abrir os e-mails sobre esse assunto que lhe são enviados.

Apesar do que pode ter sido dito e teorizado, a Tecnologia não tem envolvimento com o surgimento da COVID-19. Porém, infelizmente, ela se tornou mais uma ferramenta a partir da qual os cibercriminosos buscam se infiltrar em nossas máquinas. Ainda que com consequências diferentes, é verdade, o cuidado que aprendemos a tomar com o vírus “no mundo real” tem suas ramificações no digital.